O produto que se torna clandestino é comercializado irregularmente, em vários locais do município, e a Vigilância Sanitária está de “mãos atadas”, sem poder de fiscalização, em virtude e/ou falta de amparo legal que “carece” de lei a ser debatida e votada no parlamento de Canaã dos Carajás-PA.
Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, é uma cidade marcada pela migração.
Com a implantação dos grandes projetos de mineração no município, pessoas de diversas regiões do Brasil se estabeleceram na cidade.
Um dos maiores contingentes de imigrantes veio do próprio estado do Pará, oriundos de municípios como Belém, Abaetetuba, Tucuruí, Breu Branco e Jacundá.
Com essa intensa movimentação populacional, o consumo de açaí in natura cresceu de forma expressiva. Antes, apenas alguns poucos litros eram vendidos diariamente em batedeiras e na Feira do Produtor. Hoje, são comercializados milhares de litros por dia.
Durante o período de entressafra, para atender à alta demanda, os batedores de açaí passaram a importar o produto congelado do estado do Amapá.
No entanto, esse açaí chega sem rotulagem adequada, sem informações nutricionais e sem os selos do Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), o que fere a legislação estadual.
O problema se agrava quando o produto é descongelado, reprocessado e reembalado para revenda — prática proibida pela Vigilância Sanitária.
Além disso, o preço praticado pelas batedeiras é elevado, girando em torno de R$ 38,00 por litro, mesmo sem o sabor característico da fruta e com baixa qualidade nutricional.
Procurada pela reportagem, a Vigilância Sanitária de Canaã dos Carajás afirmou que, por enquanto, só pode orientar os comerciantes, já que não possui respaldo legal para autuar ou apreender o produto. Isso ocorre devido à ausência de uma legislação específica, ainda pendente de votação na Câmara Municipal.
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