O cenário político paraense já começa a se movimentar para as eleições de 2026. Até o momento, é possível identificar quatro grupos principais na disputa pelo governo do Estado.
O primeiro é o grupo governista, liderado pelo atual governador Helder Barbalho. Na oposição, três frentes se articulam: o PSB, comandado pelo Dr. Daniel; o PL, sob liderança do delegado Éder Mauro; e o PSOL, chefiado pelo ex-prefeito de Belém, professor Edmilson Rodrigues.
Nos bastidores, ganha força a possibilidade de uma fusão entre o grupo de Dr. Daniel e o de Éder Mauro. Para que isso se concretize, contudo, o atual prefeito de Ananindeua teria de migrar para um partido da base de Bolsonaro no Pará. Por outro lado, a hipótese de o PSOL apoiar a candidatura do MDB em 2026 é praticamente descartada. Isso poderia deixar cerca de 5% do eleitorado em disputa no segundo turno.
Além dos partidos, há também pressões de grupos corporativos descontentes com a gestão estadual. Eles criticam a proximidade do governador com o governo Lula e representam setores influentes, como o agronegócio e empresários urbanos das regiões Sul, Sudeste e Oeste do Estado — atores com peso econômico, político e ideológico nos municípios.
Outro nome relevante é o do senador Zequinha Marinho (PODEMOS), que possui capilaridade política, sobretudo junto ao eleitorado evangélico e ao agronegócio. O partido tem feito convites a Dr. Daniel para se filiar, o que poderia redesenhar o tabuleiro eleitoral.
O ex-governador Simão Jatene também surge como figura estratégica. Caso aceite disputar uma vaga no Senado, pode agregar força à oposição ligada ao campo bolsonarista.
O clima é de jogo pesado. Redes sociais estão no centro da batalha política, com trocas de acusações constantes e disputas narrativas que se intensificam a cada dia. Pesquisas preliminares apontam nomes com boa aceitação popular, como Hana Ghassan, Dr. Daniel, Éder Mauro e Simão Jatene.
Enquanto isso, máquinas administrativas, políticas, judiciárias e orçamentárias já estão sendo preparadas. O embate promete ser intenso, sem espaço para fragilidades. Tudo isso acontece em meio a uma conjuntura nacional de forte polarização política e a um cenário internacional marcado pela explícita guerra comercial dos Estados Unidos contra o Brasil.
Por Carlos Magno.
Jornalista e observador atento dos bastidores da política paraense desde 1976.
Com informações do professor Edir Veiga.
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