A Rodovia PA-160, no trecho entre Parauapebas e Canaã dos Carajás (PA), é hoje uma das vias com maior fluxo de veículos do estado, cenário que contribui diretamente para o alto número de acidentes registrados semanalmente.
O asfaltamento da rodovia teve início em 2002, executado pelas empresas Tercam Engenharia e Via Dragados Engenharia. A obra foi custeada pela Mineração Serra do Sossego (MSS), subsidiária da então Companhia Vale do Rio Doce, como parte do projeto de implantação da Mina do Sossego. O que antes era uma estrada de terra, deu lugar a uma via de pavimento considerado de boa qualidade. No entanto, a via apresenta traçado sinuoso e perigoso, o que contribui para a frequência de acidentes.
Com os projetos de mineração da Vale em plena operação — como o Projeto Sossego e o megaprojeto S11D —, o tráfego na PA-160 aumentou consideravelmente. E o cenário se agravou recentemente, quando a mineradora retirou os ônibus que transportavam os trabalhadores de Parauapebas para as minas em Canaã dos Carajás. A decisão obrigou centenas de empregados a utilizarem veículos próprios para fazer o trajeto diariamente, intensificando ainda mais o fluxo de carros, motocicletas e outros meios de transporte na rodovia.
Na última quinta-feira (31), o jornalista Carlos Magno — que acompanhou a construção da PA-160 desde o início e conhece bem sua rotina — percorreu o trecho entre Parauapebas e Canaã por volta das 18h30 e ficou surpreso com o trânsito intenso, especialmente no horário de saída do turno das minas. “Em todos esses anos acompanhando a rodovia, jamais vi um fluxo tão caótico quanto esse”, relatou.

E, como tem sido comum, mais um acidente grave foi registrado ontem. Um motociclista sofreu fratura exposta na perna após colisão nas proximidades da Vila Planalto, no sentido Parauapebas –Canaã. A vítima foi socorrida por uma equipe do SAMU de Canaã dos Carajás e encaminhada ao Hospital Municipal Daniel Gonçalves, onde passou por cirurgia e está fora de perigo.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação da mineradora Vale para obter um posicionamento sobre a retirada dos ônibus utilizados no transporte dos trabalhadores. Até o fechamento desta matéria, contudo, a empresa não respondeu. O silêncio da mineradora, aliás, tem sido recorrente — um contraste com a postura mais aberta e acessível de outros tempos.
Carlos Magno
Jornalista – DRT/PA 2627
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