Desportistas, torcedores e parte da imprensa de Canaã dos Carajás (PA) estão solicitando à prefeita Josemira Gadelha a revogação da Lei nº 988/2022 (em anexo), que concedeu a permissão de uso do Estádio Municipal Benezão — patrimônio público avaliado em mais de R$ 60 milhões — à equipe do Canaã Futebol Clube, antigo Sport Real Futebol Clube.
Desde 2022, o Canaã FC tem recebido amplo apoio da Prefeitura Municipal, com investimentos que ultrapassam R$ 3 milhões nas temporadas em que participou do Campeonato Paraense de Futebol Profissional (segunda divisão em 2022 e primeira divisão em 2023). Além da cessão do estádio sem custos, inclusive com a prefeitura arcando com despesas como energia elétrica, o clube sempre contou com respaldo institucional.
No entanto, de forma unilateral e sem qualquer aviso prévio, o presidente do clube, o empresário Alain Cohen, decidiu transferir os mandos de campo da equipe para a cidade de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém, durante a disputa da segunda divisão do Campeonato Paraense de 2025. A decisão surpreendeu e indignou a administração pública, a torcida local e a imprensa esportiva de Canaã dos Carajás, que se sentiram desrespeitados e abandonados.
A revolta é ainda maior pelo fato de que, em 2022, o vereador Cabelo — principal articulador da vinda do então Sport Real para o município — foi quem intercedeu junto à prefeita para aprovar a cessão do estádio ao clube. Agora, diante da ruptura inesperada e da falta de consideração com a cidade, desportistas exigem a revogação imediata da Lei nº 988/2022. Além disso, pedem que o vereador Cabelo proponha um projeto na Câmara Municipal para declarar o empresário Alain Cohen como “persona non grata” em Canaã dos Carajás.
A mobilização cresce em meio a um forte sentimento de traição e busca restaurar o controle público sobre um importante bem municipal, devolvendo-o à população e ao esporte local.
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